"Dado que somos seres sociais, a vivência social não é apenas indispensável para garantir a nossa sobrevivência biológica, mas também é necessária para a nossa construção como seres humanos.

Com efeito, sem aprendizagem social e sem partilha de conhecimentos e experiências, sem o estabelecimento de relações e de vínculos afectivos, não poderíamos desenvolver a nossa inteligência nem construir a nossa personalidade. Na verdade, um ser humano só se torna verdadeiramente pessoa, isto no seu real significado, na relação com os outros. Assim, racionais e comunitários, idealizamos fins orientadores da acção que vão para além da mera dimensão biológica e dos interesses individuais egoístas, tendo em vista o aperfeiçoamento humano.

Nós somos prisioneiros daquilo que nos amarra à nossa condição animal e sensível. Todos nos deixamos guiar pela rotina perante todas as barreiras que a comunicação verbal apresenta aliada à distância. É aqui, que o ser humano encontra, através das suas ìnfinitas capacidades intelectuais, a forma de contornar e fazer prevalecer a necessidade de alargar fronteiras. O processo tecnológico permitiu alargar o conceito de espaço público, que, actualmente, não refere somente um lugar físico, há um espaço público virtual que permite ligar cidadãos de todo o mundo, trazendo novas oportunidades para o diálogo. A “ágora” do nosso tempo dá então lugar à “amizade virtual”, onde a criação de laços de afecto não tem hora nem lugar para começar, um simples teclado se transforma num meio de criar sensações à velocidade de um clique.

O ser humano consegue então disfrutar ao máximo o que tem de melhor e esperar que, um dia, o virtual se torne real, ter a oportunidade de aperfeiçoar os pormenores que criou do “amigo virtual”."

- Obrigada Pedro!